Graças à chegada à minha vida do meu amado gato Simba (na foto à esquerda), nascido na primeira semana de dezembro de 2021, consegui me livrar de uma tenebrosa fase de profunda depressão. Não via mais perspectivas na vida e julgava minha existência totalmente descartável. Quando o máximo de tristeza já me consumia a alma por completo, eis que um filhote felino, amarelo, "sorridente", embora tão magro que parecia só ter pele e ossos (além de um olhar que aparentava me pedir ajuda), apareceu para mim, numa tarde de chuva, pelas mãos de minha irmã mais nova, Júlia. "Ele ia morrer na tempestade", disse ela. "Vou cuidar dele", eu respondi, decidido e com uma grande sensação de paz no coração, tendo sido o gatinho, naquele momento, adotado por mim. A partir de então, minha vida, que ia por caminhos erráticos da existência, passou a se alinhar na reta fundamental da paz de espírito e da responsabilidade: sim, pois agora eu era responsável por outra vida além da minha, uma vida inocente com sentimentos, memórias, alegrias e dores, uma vida com a tão endeusada singularidade. Simba, meu gato, era meu dependente. Eu era o único capaz de proporcionar ao Simba uma vida digna e feliz. Não importam as circunstâncias pelas quais Simba surgiu em minha vida... ele surgiu! E eu preciso fazê-lo um ser vivo feliz, pois ele depende só de mim. Conforme fui cuidando de Simba e de seu bem estar, passei a voltar a usufruir de sentimentos comuns, porém fundamentais, para a plena existência humana. Ao olhar Simba "feliz" para a vida, minha alma abriu espaço aos meus olhos para verem as pequenas belezas de existir. Seja um lindo pôr-do-sol, seja um mágico momento de poucos, porém eternos, segundos de um beija-flor voando parado à sua frente. Simba me proporcionou o retorno da capacidade de ver o colorido da paleta da existência. Devido a isso, e especialmente pela gratidão indescritível a Deus (ou ao Universo, ou à Vida, ou etc..), cheguei à conclusão de que nada menos que isto seria minha parte de retribuição ao belo mundo que me dá vida atualmente: uma organização social sem fins lucrativos para angariar fundos com o único propósito de, de tempos em tempos (relativos às metas estabelecidas), gerar ações sociais de doação para alimentar gatos e cachorros em abrigos legalizados pelos órgãos da Prefeitura, em especial a Suípa RJ. Afinal, animais de estimação, os nossos pets, são anjos da guarda que vieram para nos resgatar (e nós, com nosso amor recíproco, resgatá-los também).